sábado, 25 de abril de 2015

Investir na Bolsa de Valores é uma alternativa de investimento...

Perfil ideal de um agente autônomo de investimento




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Assim como qualquer instituição financeira, o agente autônomo também depende de credibilidade e da própria reputação para prosperar. Ser honesto (muito honesto!) e ganhar a confiança do cliente no longo prazo ajudam a conquistar novos investidores por meio de indicações. O bom agente autônomo não é apenas um distribuidor de investimentos, mas também auxilia no acompanhamento da carteira do investidor e na realocação do portfólio quando necessário. Ele consegue demonstrar que o cliente está em primeiro lugar – garantindo uma relação duradoura e saudável.

Por último, é importante que a pessoa que mergulha na profissão de agente autônomo tenha alguma reserva financeira para arcar com os próprios gastos nos primeiros meses após a abertura do escritório. Enquanto não consegue montar uma carteira de clientes grande o suficiente para garantir a remuneração sonhada, pode ser necessário usar parte dessa reserva para manter o padrão de vida. Mas o tempo joga a favor do agente autônomo. À medida que os anos passam, o profissional poderá conquistar novos clientes sem perder os antigos, aumentando cada vez mais o bolo das comissões.

 Como se tornar um agente autônomo de investimento
Para exercer a profissão de agente autônomo, é preciso ser aprovado em um exame de certificação realizado pela Ancord (a associação nacional de corretoras e distribuidores). O exame visa verificar a qualificação técnica dos candidatos a exercer a profissão e inclui 80 questões de múltipla escolha, com quatro alternativas cada uma. As perguntas testam o conhecimento dos candidatos sobre o mercado financeiro, os produtos de investimento e a profissão de agente autônomo. É preciso acertar ao menos 70% das perguntas para ser aprovado. Para realizar a prova, não é necessário possuir diploma de ensino superior - basta ter concluído o ensino médio. Pessoas condenadas por crimes financeiros, impedidas de administrar os próprios bens ou com antecedentes criminais não podem realizar o exame. As datas, os locais, as instruções para a inscrição nas provas e a bibliografia recomendada podem ser consultados no site da Ancord.

A Ancord promove cursos específicos para a obtenção da certificação, existindo outros disponíveis no mercado. Depois que for aprovado no teste, o agente autônomo terá que solicitar seu credenciamento na Ancord para que possa começar a exercer a profissão. O profissional terá ainda de aderir ao código de conduta profissional dos agentes e também ao código de autorregulação do mercado desenvolvido pela Ancord. As duas solicitações podem ser feitas pelo site da associação.

A divisão de funções no mercado financeiro
O agente é o responsável por ajudar diretamente os clientes a escolher aplicações financeiras. Se o investidor ainda não conhece os fundos imobiliários ou então não sabe como usar opções para proteger a carteira de ações, por exemplo, cabe ao agente tirar as dúvidas. Ele não vai administrar os recursos do investidor, atividade que, no Brasil, é restrita aos gestores de carteiras. O agente também não vai escrever um relatório recomendando a compra ou a venda das ações porque ele não é analista de mercado (o que não impede, naturalmente, que ele repasse as análises das corretoras).

O que o agente pode e deve fazer é funcionar como uma ponte entre os analistas e os clientes. Quando a equipe de análise da corretora tiver identificado alguma oportunidade de investimento, por exemplo, o agente vai procurar o cliente e informá-lo da análise, dizendo que o papel pode estar em um ponto interessante de compra. A decisão final sobre a realização de um investimento cabe sempre ao cliente. As ordens de compra e de venda de ativos são feitas por escrito por e-mail ou em chamadas telefônicas gravadas.

O profissional também deve identificar o perfil de tolerância ao risco de cada cliente e indicar opções adequadas de investimento (baseado no teste de perfil fornecido pela corretora). Outra tarefa que pode ser assumida pelo agente é se informar sobre o objetivo do investimento de cada cliente e encontrar aplicações que se encaixem nessas necessidades específicas. Por exemplo, alguém que vai comprar um carro daqui a seis meses não deveria comprar ações ou outros ativos voláteis; já quem planeja se aposentar em 30 anos tem grandes chances de ganhar mais se adicionar ativos de renda variável à carteira. Por último, o agente também vai precisar saber o funcionamento de cada investimento, como a tributação e as limitações legais para a aplicação em determinadas classes de ativos ou fundos – há investimentos que são direcionados apenas a quem tem muito dinheiro, os chamados investidores qualificados.

Os agentes autônomos são muito importantes para o desenvolvimento do mercado financeiro. Como representante de uma corretora, o agente autônomo pode abrir em um escritório em uma cidade com 50 mil habitantes, por exemplo, e começar a dar cursos de investimentos para a população local. Uma parte dos alunos pode se transformar em investidores no futuro.


Links relacionados
- As regras para a atuação dos agentes autônomos de investimento foram estabelecidas pela instrução 497 da CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
- Todas as informações necessárias para tirar a certificação profissional estão no site da Ancord.

- Saiba como fazer cursos e montar seu escritório de agente de investimento.