sexta-feira, 11 de março de 2016

Dinheiro mais dificil



Tesouro capta US$ 1,5 bilhão no exterior com juros mais altos em sete anos
  • 10/03/2016 19h23
  • Brasília
Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil






 
O Tesouro Nacional captou US$ 1,5 bilhão de investidores norte-americanos e europeus com taxa de juros de 6,125% ao ano. O dinheiro veio da emissão de títulos da dívida externa com vencimento em janeiro de 2026, feita hoje (10). A taxa obtida na operação foi a maior para esse tipo de papel em sete anos.

Por meio do lançamento de títulos da dívida externa, o governo pega dinheiro emprestado dos investidores internacionais com o compromisso de devolver os recursos com juros. Isso significa que o Brasil devolverá o dinheiro daqui a 10 anos com a correção dos juros acordada, de 6,125% ao ano.

Taxas mais altas de juros indicam maior grau de desconfiança dos investidores de que o Brasil não conseguirá pagar a dívida. Com os sucessivos rebaixamentos sofridos pelo país, os estrangeiros passaram a cobrar juros mais elevados para comprar os papéis brasileiros. As taxas obtidas hoje são as mais altos para títulos externos de 10 anos em dólares desde janeiro de 2009

A menor taxa da história tinha sido de 2,686% ao ano, obtida em uma captação externa em setembro de 2012. A emissão de hoje foi o primeiro lançamento de títulos da dívida externa desde setembro de 2014. Na ocasião, o governo brasileiro captou US$ 1,05 bilhão com papéis de 11 anos com juros de 3,888% ao ano.

A taxa do título brasileiro foi 419,6 pontos maior que a dos títulos do Tesouro americano, de 10 anos. Em setembro de 2014, a diferença estava em 147 pontos. Os títulos norte-americanos são considerados os papéis mais seguros do mundo.

Os recursos captados no exterior serão incorporados às reservas internacionais do país em 7 de abril. De acordo com o Tesouro Nacional, as emissões de títulos no exterior não têm como objetivo principal reforçar as divisas do país, mas fornecer um referencial para empresas brasileiras que pretendem captar recursos no mercado financeiro internacional.
Edição: Nádia Franco

sexta-feira, 4 de março de 2016

Reação do Brasil



Após sete meses de queda, produção industrial inicia 2016 com crescimento
  • 04/03/2016 09h45
  • 04/03/2016 11h03
  • Rio de Janeiro
Nielmar de Oliveira - Repórter da Agência Brasil


 IBGE diz que o setor industrial, em janeiro, volta a mostrar um quadro de maior ritmo produtivo Arquivo/Agência Brasil


A produção industrial brasileira cresceu 0,4% em janeiro em relação a dezembro de 2015, na série livre de influenciais sazonais, interrompendo um período de sete meses de quedas consecutivas, quando acumulou perdas de 8,7%. Os dados fazem parte da Pesquisa Industrial Mensal Produção Física Brasil (PIM-PF), divulgada hoje (4).

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os dados da pesquisa indicam que, quando comparada a janeiro de 2015, a indústria, no entanto, caiu 13,8%, a vigésima terceira taxa negativa consecutiva e a mais intensa desde os -14,1% de abril de 2009.

Já a queda de 9% no resultado acumulado nos últimos doze meses (a taxa anualizada) foi a mais intensa desde novembro de 2009, mantendo uma trajetória descendente iniciada em março de 2014 (2,1%).

Segundo o IBGE, o setor industrial, em janeiro de 2016, "volta a mostrar um quadro de maior ritmo produtivo, expresso não só no avanço de 0,4% na comparação com o mês imediatamente anterior, que interrompeu sete meses consecutivos de queda, mas também no predomínio de taxas positivas entre as grandes categorias econômicas e as atividades investigadas”.

Média global

O crescimento de 0,4% na atividade industrial reflete resultados positivos em três das quatro grandes categorias econômicas e em 15 dos 24 ramos pesquisados. Entre os setores, a principal influência positiva foi registrada por coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, com avanço de 2,8%, segunda taxa positiva consecutiva, acumulando expansão de 6,6%.

Entre os nove ramos que reduziram a produção, o desempenho de maior importância para a média global foi assinalado por indústrias extrativas, com queda de 2,7%, quarto resultado negativo consecutivo, acumulando redução de 15,2%.

Já entre as grandes categorias econômicas, ainda na comparação com o mês imediatamente anterior, bens de capital, ao avançar 1,3%, e bens intermediários (0,8%) mostraram as expansões mais acentuadas em janeiro de 2016. O setor produtor de bens de consumo semi e não duráveis fechou janeiro de 2016 com crescimento de 0,3%, a terceira expansão consecutiva, com ganho acumulado de 0,8%. Já o segmento de bens de consumo duráveis (-2,4%) teve o único resultado negativo em janeiro, após avançar 8% em dezembro, quando interrompeu quatro meses consecutivos de redução na produção.

Ainda segundo a pesquisa do IBGE, os segmentos de bens de consumo duráveis (0,7%) e de bens de consumo semi e não duráveis (0,2%) assinalaram taxas positivas em janeiro, com o primeiro interrompendo 13 meses consecutivos de queda e o segundo voltando a crescer, após comportamento negativo desde julho de 2015.

Indústria

Apesar de ter fechado janeiro com crescimento de 0,4% sobre dezembro de 2015, a indústria brasileira encontra-se 19,2% abaixo do nível recorde – 5,7% - do parque fabril do país, registrado em junho de 2013. Os dados da Pesquisa Industrial Mensal indicam que, em janeiro, a produção recuperou apenas uma pequena parte da perda de 8,7% acumulada no período junho-dezembro de 2015.

Ainda na série com ajuste sazonal, permanecem os sinais de menor intensidade da atividade industrial, que ficam evidenciados na evolução do índice de média móvel trimestral, que fechou os três meses encerrados em janeiro de forma negativa (0,9%), quando comparada com a média móvel trimestral de dezembro de 2015. “Mesmo reduzindo o ritmo de queda nos últimos três meses, prossegue com a trajetória descendente iniciada em outubro de 2014”, ressaltou o IBGE.

O IBGE destaca, ainda, o fato de que, quando a comparação se dá com janeiro do ano passado (0,4% contra -13,8%), a produção industrial, em janeiro, permaneceu com queda na produção, atingindo o vigésimo terceiro resultado negativo consecutivo, “com predomínio de taxas negativas entre as grandes categorias econômicas e as atividades pesquisadas, e com claro destaque para os recuos vindos dos setores associados à produção de bens de capital e de bens de consumo duráveis”.

Queda de 13,8%


Mesmo tendo fechado dezembro com uma pequena expansão de 0,4%, o parque fabril do país acumula em janeiro deste ano, na comparação com janeiro de 2015, uma queda de 13,8%. A retração tem perfil generalizado de resultados negativos, alcançando as quatro grandes categorias econômicas, 23 dos 26 ramos, 70 dos 79 grupos e 77,9% dos 805 produtos pesquisados.

Entre as atividades, figuram veículos automotores, reboques e carrocerias (recuo 31,3%) e indústrias extrativas (-16,8%). No primeiro caso, exerceram as maiores influências negativas automóveis, caminhões, veículos para transporte de mercadorias e carrocerias para ônibus e caminhões e, no caso da indústria extrativa, minérios de ferro e óleos brutos de petróleo. Ainda na comparação com janeiro de 2015, produtos do fumo (21,5%) e celulose, papel e produtos de papel (1%) foram as duas atividades que aumentaram a produção.

Ainda no confronto com igual mês do ano anterior, bens de capital (-35,9%) e bens de consumo duráveis (-28,2%) assinalaram, em janeiro de 2016, as reduções mais acentuadas entre as grandes categorias econômicas. Os setores produtores de bens intermediários (-11,9%%) e de bens de consumo semi e não duráveis (-7,2%) também mostraram resultados negativos, mas ambos com recuos abaixo da média nacional (-13,8%).

Texto atualizado as 11h03 para acréscimo de informações
Edição: Kleber Sampaio